terça-feira, 1 de dezembro de 2009

TP2: Refletindo antigos conceitos e ressignificando concepções










A oficina do TP2 propõe como objetivo discutir as concepções de gramática, tipos de ensino e análise linguistica e trouxe à tona antigos e polêmicos conceitos associados a outras possibilidades de um trabalho efetivo com a língua. Indubitavelmente esse ainda é um dos assuntos mais discutidos entre linguistas, gramáticos, professores de Língua Portuguesa e pessoas preocupadas com educação, uma vez que a língua tem uma dimensão social e política e a gramática é o elemento que norteia todo o processo de interação verbal, pois sem ela, o ato comunicativo não se conctretiza. Nessa perspectiva, delineou-se esse encontro rico em discussões, posicionamentos críticos, abordagens teóricas e vivência de atividades que contemplaram a funcionalidade da gramática. A fundamentação teórica foi norteada pelas ideías de Irandé Antunes, Travaglia, Maria Helena Moreira Neves, Sírio Possenti e Magda Soares. Discutimos sobre os diversos conceitos de gramática e percebe-se que ainda há uma grande confusão no que se refere ao termo " gramática" que para muitos, é sinônimo exclusivo da gramática normativa, o que demonstra a ausência de um trabalho que contemple a função sociocomunicativa da língua. A gramática deve estar a serviço do texto e não o texto a seviço da gramática, usado apenas como pretexto para estudo das normas que regem a gramática. Nessa visão desconsidera o trabalho com a linguagem partindo de um processo de interlocução, envolvendo as práticas de letramento. No decorrer da oficina, foi salientado que o ensino da língua deve ser pautado em quatro eixos básicos: o trabalho com a oralidade, com a escrita, com a produção de texto e a análise linguistica. Para tanto, deve-se partir da produção de texto do aluno, em situações reais de comunicação e assim trabalhar na perspectiva das gramáticas: interna, descritiva, normativa, privilegiando cada ensino adequando-o ao contexto. A atividade de correção de um texto do texto do aluno, na perspectiva da interação discursiva, do nível de textualidade e na utilização dos padrões gramaticias da escrita, propiciou uma compreensão acerca do ensino produtivo, reflexivo e prescritivo da língua. " Foi dinâmica , interativa e esclarecedora". " Me senti provocada sobre um assunto já ãto desgastado" . "Foram reflexões teóricas pertinentes para a prática". O estudo das várias concepções de gramática proporcionou uma abertura para várias possibilidades quanto a critérios que devem ser seguidos no momento das avaliações escritas." Essas, foram algumas avaliações registradas pelos cursistas quando foram provocados a soltarem a língua para avaliação da oficina.

TP!: vivenciando a língua e respeitando a diversidade.













A oficina do TP1 ocorreu respectivamente nos dias 18 e 19 de novembro com o objetivo de discutir discutir sobre as variedades linguísticas, dialetos , registros equívocos. As atividades iniciais foram provocadoras, dinâmicas e instigaram discussões relevantes para a compreensão dos equívocos que ainda permeiam a prática escolar no que tange ao ensino da língua materna e o respeito às variedades linguísticas. Foram vivenciadas , situações reais de linguagem, retratando diversos dialetos e registros, evidenciados pelas caracteristicas que identificam seus respectivos falantes no contexto de enunciação da fala. O embasamento teórico para aprofundamento dessa temática foi ancorado na visão de Wanderley Geraldi , Marcos Bagno, vi Travaglia(texto de referência) e Dino Preti, numa abordagem sociolinguista da língua. Nas discussões, chegamos à conclusão de que ainda há muito preconceito que envolve uma ideologia dominante baseada na equivocada ideía de uma língua homogênea e que por isso, só há uma variedade de prestígio e apenas essa, a escola deve valorizar. Essa percepção dos cursistas demonstra que um novo quadro está se delineando nesse sentido e compreender o objetivo maior do ensino da língua que é desenvolver a competência discursiva do aluno é fundamental para desmistificar tais proposições. Portanto, se a língua é heterogênea e é instrumento revelador dos aspectos socio-politico-culturais de um povo, as diversas linguagens que representam seus falantes devem ser objeto de ensino dessa língua, a fim de que o aluno compreenda suas nuances, contextos, regularidades ,irregularidades, ideologias . Nessa perspectiva, vale salientar que as atividades sugeridas do AAA TP1 na oficina, vivenciam, através de diversas atividades , em contextos variados essas concepções. Aspecto, observado pelos cursistas na avaliação.

TP6: devendando o poder da linguagem.

















"O uso da linguagem é essencialmente argumentativo" (KOCH,2004)

" Ao lidar com a língua escrita, seja lendo ou escrevendo, toma-se consciência de duas coisas simultaneamente: do mundo e da linguagem. A língua serve exatamente para isso. para o discurso sobre o mundo" (GOUVEIA,2006)


A proposta dessa oficina ocorrida em 11 e 12 de novembro apresentou como foco refletir sobre os tipos de argumentação e identificar estratégias relacionadas ao planejamento de escrita. Todas as atividades realizadas tiveram como eixo norteador o processo da argumentação, como instrumento essencial em todo ato de enunciação, partindo do pressuposto de que comunicar é agir sobre o outro, ou seja, é levá-lo a crer e a fazer . Desse modo, todo recurso linguístico que visa persuadir o interlocutor é um argumento. Para corroborar essa idéia, foram trabalhados no encontro, textos de diversos gêneros cuja finalidade é convencer e para isso, são utilizadas estratégias de argumentação adequadas ao contexto de uso e seus prováveis interlocutores. O texto de referência de Platão & Fiorin embasa essa concepção e discorre sobre os tipos de argumentos e a força ilocutória presente no discurso argumentativo. A todo momento, o cursista foi provocado a defender e a se posicionar sobre um fato, uma proposição.Esse processo foi permeado pela conscientização da necessidade do planejamento do texto escrito , uma vez que para se escrever deve-se ter um interlocutor, um objetivo, um assunto, linguagem adequada, um gênero onde será materializada a idéia defendida. A proposta de produção foi vivenciada através da elaboração de um texto com cunho argumentativo, mas materializado em diversos gêneros (outdoor, carta familiar, classificados,prospecto, carta enigmática) e todos direcionados a um interlocutor específico.As produções revelaram verdadeiros artistas no ato do convencimento e as estratégias utilizadas atentavam para todos os aspectos envolvidos no processo de produção. As etapas de planejamento foram evidenciadas a cada construção e os cursistas perceberam que esse tipo de trabalho de forma sistemática em sala de aula possibilita uma maior autonomia ao aluno no ato de sua escrita podendo assim,opinar, dizer a sua verdade, expor suas ideias e verdadeiramente agir sobre o mundo.

TP5: estilo e coerência: formas de ser e de viver.











As atividades vivenciadas nessa oficina nos dias 21 e 22 de outubro proporcionaram momentos de ludicidade, muita interatividade, estilos diversos ,articulação de idéias e bastante coerência.
A exibição do texto "Palavras" suscitou uma reflexão para compreender a dimensão do poder das palavras ditas em seu contexto de enunciação. A atividade seguinte faz uma articulação entre coerência e estilo já que há a estruturação de um texto fatiado com um questionamento final que será respondido por várias vozes com estilos diferentes (Darwin, Caetano Veloso, Galvão Bueno, Zeca Pagodinho e outros) . Os cursistas deveriam associar os discursos às vozes ali representadas, caracterizadas por alguns elementos : formação, recursos linguisticos mais recorrentes, grupo social, posicionamento ideológico. Complementando a diversidade de estilos expostos na oficina, foi feita a audição de um "pouporri" com músicas de vários estilos. Nesse momento, até estilos de dança surgiram . Alguns cursistas soltaram a voz e o corpo. Momento lúdico e muito prazeroso.O referencial teórico traz um bom texto que fala sobre o papel que as diferentes palavras desempenham no discurso e a necessidade de atentarmos para isso. Após a leitura os cursistas deveriam sintetizar em uma frase o sentido do seu texto. É salutar fazer referência às atividades propostas no AAA; são extremamente ricas em estratégias e podem ser articuladas com outras atividades no ambiente escolar e do próprio TP que contemple o desenvolvimento de competências e habilidadesas necessárias para o processo de leitura e escrita. A sucessão de atividades analisadas possibiltou a percepção de que a coerência não se constrói apenas no texto , mas a partir dele, fornecendo pistas para a construção do sentido, levando em conta os aspectos intra e extralinguiísticos( organização das idéias no texto, gênero, finalidade, conhecimentos prévios do leitor, contextualização das informações) . O trabalho com o texto nessa perspetiva, fornece elementos para o desenvolvimento do domínio de habilidades da leitura e da escrita. Finalmente, as palavras utilizadas pelos cursistas para avaliarem a oficina foram: maravilhosa, alegre, esclarecedora, perfeita, ´significativa, coerente, estilosa, magnífica.